Um ano após os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, o Brasil ainda lida com as consequências desse episódio que abalou a estrutura dos Três Poderes e deixou um legado de destruição em Brasília. Mesmo com 2.170 pessoas presas ao longo desse período, a investigação liderada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ainda não alcançou os mandantes ou a cúpula por trás dos atos antidemocráticos. Das 1.413 pessoas denunciadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), apenas algumas foram condenadas, enquanto outras esperam julgamento até fevereiro.
O cenário de prisões e condenações não inclui os principais responsáveis pelo planejamento dos atos. O ex-presidente Jair Bolsonaro, embora indiciado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso, não enfrentou denúncias formais na Justiça. Revelações indicam que os golpistas reproduziram literalmente falas de Bolsonaro ao invadirem os prédios dos Três Poderes, seguindo uma narrativa que se proliferou entre seus apoiadores desde a eleição de 2022.
A persistência da impunidade em relação aos mentores dos atos e políticos envolvidos destaca os desafios enfrentados pela justiça brasileira. O aniversário desses eventos serve como um lembrete sombrio da vulnerabilidade da democracia e da necessidade contínua de esforços para responsabilizar aqueles que buscam minar as instituições democráticas.