A esperança em torno da hidroxicloroquina como tratamento para a covid-19 desmoronou com a revelação de um estudo alarmante. Durante a primeira onda da pandemia em 2020, o uso indiscriminado desse medicamento em pacientes hospitalizados contribuiu para a morte de aproximadamente 17 mil pessoas em seis países, conforme estimativas de um estudo publicado no periódico Biomedicine & Pharmacotherapy. Esse achado coloca em destaque a perigosa ineficácia da hidroxicloroquina no combate ao coronavírus.
Apesar de estudos clínicos já terem desmistificado a eficácia da hidroxicloroquina no tratamento da covid-19, a substância foi inicialmente promovida por líderes políticos, incluindo o ex-presidente americano Donald Trump e o então presidente Jair Bolsonaro. A persistência na promoção da droga, mesmo diante de evidências científicas contrárias, levanta preocupações sobre o impacto das decisões políticas na saúde pública. A postura contrária à ciência, adotada por alguns políticos e até mesmo médicos, destaca a importância crítica de seguir orientações baseadas em evidências na gestão de uma crise de saúde global.
Embora o Brasil não esteja incluído nos países analisados, especialistas temem que o cenário seja semelhante no país. A desconfiança em torno da eficácia da hidroxicloroquina ressalta a necessidade urgente de abraçar abordagens fundamentadas em pesquisa científica e rejeitar o uso indiscriminado de medicamentos que não demonstraram benefícios claros no enfrentamento da covid-19.