A renda de 15 mil pessoas que pertencem ao topo da pirâmide de pessoas mais ricas do país cresceu o triplo do ritmo observado, comparado ao restante da população. Entre a elite, que representa 0,01% da população, o crescimento médio da renda praticamente dobrou, chegando a 96% entre 2017 e 2022. Já os ganhos do restante da população, os 95% mais pobres, a renda não avançou mais do que 33%.
Os dados foram divulgados em nota técnica, elaborada pelo economista Sérgio Gobetti e publicada pelo Observatório de Política Fiscal da FGV, o Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas). Através dessas informações, foi possível descobrir quanto ganham as pessoas mais ricas do país e fazer uma comparação com a evolução na renda dos demais brasileiros.
Entre todos os fatores que explicam o grande crescimento na renda da elite brasileira, dois estão em destaque: os ganhos com a atividade rural, que cresceu entre os mais ricos, além do aumento do valor distribuído em forma de lucros e dividendos. O valor passou de R$ 371 milhões em 2017 para R$ 830 milhões em 2022. A revogação da atual isenção sobre dividendos é a principal proposta da reforma da tributação de renda do Governo Lula.