Nas recentes eleições gerais na Áustria, o Partido da Liberdade da Áustria (FPO), de extrema-direita, conquistou uma vitória significativa, colocando o país em uma encruzilhada política. Caso consiga formar uma coalizão, essa será a primeira vez desde o fim da Segunda Guerra Mundial que a extrema-direita assumirá o poder no país.
O FPO, que construiu sua plataforma em pautas nacionalistas, anti-imigração e eurocéticas, cresceu em meio à insatisfação popular com questões econômicas, políticas migratórias, guerra da Ucrânia e a pandemia de 2020.
A principal questão, agora, gira em torno da capacidade do FPÖ em formar uma coalizão viável. O sistema político austríaco, historicamente marcado pela alternância entre partidos de centro-direita e centro-esquerda, apresenta desafios significativos para a governabilidade.
A popularidade do partido do atual chanceler Karl Nehammer caiu em relação com as eleições anteriores, ainda assim ficou em segundo lugar geral, seguido pelos sociais-democratas de centro-esquerda.
Para obter a maioria necessária no parlamento, Kickl precisará superar a resistência de partidos tradicionais, muitos dos quais se opõem às políticas extremas do FPO, especialmente nas áreas de direitos humanos e integração europeia.
A possível ascensão do FPO ao poder levanta questões dentro e fora do país, especialmente no contexto europeu, onde há um crescimento de movimentos nacionalistas. O impacto de um governo de extrema-direita na Áustria pode se refletir em mudanças drásticas na política interna e na relação com outros países.