O centro de Curitiba começa a viver um novo capítulo — e, com ele, o setor imobiliário vislumbra uma era de oportunidades. O pacote de R$ 163 milhões lançado pela prefeitura, que inclui redução de impostos, subsídios para retrofit e incentivos à habitação, promete não apenas revitalizar prédios históricos, mas também reaquecer o mercado imobiliário local. A proposta combina resgate urbano, inclusão social e estímulo econômico em uma mesma engrenagem de desenvolvimento.
Com isenções de até 100% em tributos como IPTU, ITBI e ISS, além do custeio de até metade das obras de retrofit, o programa transforma a região central em um dos territórios mais atrativos para investimentos. Proprietários que há anos viam seus imóveis desvalorizados passam agora a enxergar novas possibilidades: restaurar, modernizar e recolocar no mercado empreendimentos residenciais e comerciais. A cidade ganha vitalidade, e o mercado, confiança.
O impacto é visível não apenas nos números, mas nas perspectivas. O retrofit — processo de modernização de edificações antigas — cria uma ponte entre passado e futuro, devolvendo vida a estruturas que antes representavam abandono. Cada prédio recuperado significa mais moradias, mais comércios e, sobretudo, mais gente circulando pelo centro. Essa presença humana constante é o que mantém a cidade viva, segura e pulsante.
Para incorporadoras, arquitetos e investidores, o momento é estratégico. A valorização imobiliária tende a crescer à medida que o centro ganha infraestrutura, segurança e novos serviços. Ao mesmo tempo, os incentivos tornam o custo inicial de entrada mais acessível, permitindo que pequenas e médias empresas também participem do movimento de revitalização. O ciclo econômico se realimenta: obras geram empregos, consumo aumenta e o entorno se fortalece.
Mas o maior ganho talvez não esteja apenas no valor do metro quadrado. Está na mudança de percepção sobre o que significa viver e investir no centro. Quando o poder público cria condições reais para o reuso urbano, incentiva um modelo de cidade mais sustentável, menos dependente de expansão periférica e mais voltado à ocupação consciente. O mercado imobiliário, nesse contexto, passa a ser protagonista de uma transformação que é, antes de tudo, cultural.
Curitiba, que sempre se destacou por seu planejamento e visão urbana, agora aposta em uma nova etapa: a da reconexão com o seu coração histórico. O centro volta a ser espaço de moradia, convivência e oportunidades — e o setor imobiliário, ao investir nessa retomada, não apenas busca lucro, mas participa de um processo de reconstrução da cidade enquanto organismo vivo. É o passado sendo restaurado para abrigar o futuro.






