As jornalistas iranianas Niloofar Hamedi e Elaheh Mohammadi, responsáveis por revelar o caso da morte de Mahsa Amini enquanto estava sob custódia policial em 2022, foram condenadas a cumprir cinco anos de prisão, segundo anunciou o poder judiciário iraniano neste domingo.
O caso de Mahsa Amini, uma jovem iraniana de 22 anos, gerou indignação internacional. Em setembro de 2022, Amini foi presa em Teerã pela “polícia da moralidade” iraniana por supostamente não estar usando corretamente o véu islâmico, obrigatório no país. Três dias após sua prisão, ela faleceu em um hospital.
A família de Amini alega que a jovem foi espancada pelas autoridades durante sua detenção, o que teria levado à sua morte, enquanto as autoridades iranianas afirmaram que a causa foi um ataque cardíaco.
As reportagens de Hamedi e Mohammadi sobre a morte de Mahsa Amini foram cruciais para que o caso ganhasse repercussão global, desencadeando protestos no Irã contra o regime e o uso compulsório do véu. As manifestações se espalharam por várias cidades iranianas, levantando críticas ao governo e à opressão das mulheres no país.
A decisão de manter a condenação das duas profissionais de imprensa foi amplamente criticada por organizações internacionais de direitos humanos, que veem a medida como uma forma de silenciar vozes críticas e desencorajar o jornalismo investigativo no Irã.
A prisão de Mahsa Amini e sua trágica morte continuam a repercutir. O caso expôs ao mundo as rígidas regras impostas pelo regime, e as consequências enfrentadas por quem ousa questioná-las. A condenação de Hamedi e Mohammadi reflete os desafios enfrentados por jornalistas no Irã.






