A relação entre Brasil e Estados Unidos enfrenta um de seus momentos mais tensos dos últimos anos. Neste sábado (9), o vice-secretário de Estado norte-americano, Christopher Landau, fez duras críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, acusando-o de extrapolar suas funções e concentrar poder de forma incompatível com os princípios democráticos.
Segundo Landau, decisões recentes do magistrado estariam interferindo diretamente em outros Poderes e afetando cidadãos e empresas norte-americanas, inclusive fora do território brasileiro. Para ele, esse tipo de atuação compromete a separação entre Executivo, Legislativo e Judiciário, considerada um dos pilares da liberdade política.
A declaração, de caráter incomum para a diplomacia americana, veio acompanhada de um alerta: a tradicional parceria entre os dois países pode sofrer impactos significativos caso o cenário se mantenha. A Embaixada dos EUA reforçou a mensagem, afirmando que segue acompanhando “de perto” a situação no Brasil.
Em Brasília, o tom foi de resposta imediata. O Ministério das Relações Exteriores convocou o representante americano no país para prestar esclarecimentos, classificando as falas como tentativa de ingerência em assuntos internos. O governo brasileiro reiterou que o Judiciário é independente e que suas decisões seguem os marcos constitucionais.
Especialistas em relações internacionais avaliam que o episódio não apenas cria um desgaste político, mas também ameaça a agenda de cooperação em áreas estratégicas, como comércio e segurança. As negociações futuras, apontam, dependerão da habilidade diplomática de ambos os lados para reduzir a temperatura da crise.
O embate deixa claro como decisões de um tribunal nacional podem ultrapassar fronteiras, gerando repercussões imediatas no cenário global. Para Brasil e Estados Unidos, o desafio agora é encontrar um ponto de equilíbrio que preserve princípios democráticos sem romper laços históricos.






