O CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, anunciou nesta quarta-feira (20) que a empresa deixará de comercializar carne proveniente de países do Mercosul, bloco econômico composto por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
A declaração foi feita em uma carta aberta publicada nas redes sociais, endereçada a Arnaud Rousseau, presidente da Federação Nacional dos Sindicatos de Agricultores (FNSEA), uma das principais entidades agrícolas da França. A decisão reflete o compromisso do Carrefour com demandas relacionadas à sustentabilidade e à produção local.
Segundo Bompard, a decisão está alinhada às preocupações crescentes sobre desmatamento, práticas de produção e o impacto ambiental associado à pecuária em países do Mercosul, particularmente no Brasil.
A iniciativa também é uma resposta direta a pressões do setor agrícola francês, que busca proteger os produtores locais e promover práticas mais sustentáveis. O anúncio ocorre em meio a discussões sobre acordos comerciais entre a União Europeia e o Mercosul, frequentemente criticados por questões ambientais.
A decisão do Carrefour pode ter implicações significativas no mercado de exportação de carne dos países do Mercosul, especialmente para o Brasil, que é um dos maiores exportadores globais do produto. Além do impacto econômico, a medida também sinaliza uma mudança nas preferências dos consumidores e empresas europeias, que cada vez mais exigem transparência e responsabilidade ambiental na origem dos produtos que consomem.
Apesar da medida ser bem recebida por sindicatos agrícolas e grupos ambientalistas na França, também levanta debates sobre o impacto econômico nos países exportadores e nas cadeias globais de suprimentos.
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