Na noite de quarta-feira (17), a Câmara dos Deputados aprovou o requerimento de urgência para o Projeto de Lei 2162/23, que trata da anistia aos participantes de manifestações de motivação política ocorridas desde outubro de 2022, caso venha a vigorar a proposta. A votação teve 311 votos favoráveis, 163 contrários e 7 abstenções.
Do total de 30 deputados federais paranaenses, 23 votaram a favor da urgência, seis foram contra, e um — Luciano Ducci (PSB) — não participou da votação. Essa maioria expressiva da bancada do Paraná mostra forte articulação local em torno da pauta, embora levante debates sobre transparência, consequências legais e memória política.
Entre os que votaram sim, destacam-se nomes de diversos partidos, desde parlamentares de centro até de oposição, o que indica que a posição ultrapassou linhas partidárias típicas e se tocou em interesses diversos — sejam de base territorial, discursos eleitorais ou apelos da militância local. Já os que votaram contra citam riscos de impunidade, confusão jurídica e prejuízos à credibilidade institucional.
Um ponto importante é que “urgência” não significa aprovação definitiva do texto do projeto, mas sim que ele será debatido com prioridade no plenário. Ou seja: ainda há espaço para alterações, emendas, audiências e articulações políticas. A pressão popular, os argumentos legais e a repercussão midiática tendem a influenciar esse processo.
Para a população do Paraná, a movimentação da bancada reflete algo além da política institucional: é uma leitura de como os representantes percebem suas responsabilidades em relação às manifestações que se tornaram parte da paisagem política recente, e de como equilibram pedidos de justiça com expectativas de responsabilização.
Resta acompanhar se, quando o texto for debatido em detalhes, os deputados paranaenses manterão sua postura de apoio, ou se recuarão diante de críticas e divergências internas. A urgência aprovada pode abrir caminho para avanços, mas também para confrontos — do judiciário, da sociedade civil, da imprensa — sobre o que será ou não anistiado, quem será beneficiado, e sob quais condições.