O Prêmio Nobel da Paz de 2024 foi concedido à organização japonesa Nihon Hidankyo, formada por sobreviventes das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki em 1945. A escolha foi anunciada na manhã desta sexta-feira (11).
O Comitê Norueguês que concede o Nobel destacou a importância do grupo em alertar o mundo sobre os riscos do uso de armas nucleares, especialmente em um momento de crescente tensão global, com guerras na Ucrânia e Oriente Médio.
Nihon Hidankyo foi fundada em 1956 e tem sido um movimento pela abolição das armas nucleares. Os Estados Unidos lançaram bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki no final da Segunda Guerra Mundial, matando milhares de pessoas. Desde então, os sobreviventes têm compartilhado seus testemunhos para garantir que esse tipo de armamento jamais volte a ser utilizado.
Joergen Watne Frydnes, presidente do Comitê Norueguês, elogiou a contribuição do grupo ao destacar a importância de manter vivo o “tabu nuclear”. Ele enfatizou que o uso dos depoimentos dos sobreviventes é uma poderosa ferramenta de conscientização global, além de ser crucial para impedir que futuras gerações enfrentem os horrores da guerra nuclear.
A premiação da Nihon Hidankyo ocorre em um contexto de instabilidade mundial e relembra a todos a necessidade urgente de eliminar as armas nucleares.
O Instituto Norueguês para o Nobel informou que 286 candidatos foram indicados ao Prêmio este ano, 197 indivíduos e 89 organizações, mas foi a luta pela paz e pela abolição nuclear dos Hibakusha que se destacou como uma mensagem de esperança em tempos de incerteza global.