As relações entre Venezuela e Brasil entraram em um novo período de tensão após a recusa do governo brasileiro em apoiar a entrada da Venezuela nos BRICS, grupo que reúne as principais economias emergentes do mundo.
A decisão, tomada no final de outubro, desencadeou reações negativas por parte do governo de Nicolás Maduro, que viu o veto como um obstáculo para o país se aproximar das economias mais influentes do Sul Global.
O mal-estar entre os dois países, no entanto, não é recente. Em julho, o Brasil também se posicionou contra o reconhecimento da vitória de Maduro nas eleições presidenciais venezuelanas, alegando falta de transparência e acusações de irregularidades no processo eleitoral.
Essa postura gerou críticas de Caracas, que vê o governo brasileiro como aliado aos interesses de países que buscam pressionar a Venezuela em temas de democracia e direitos humanos. Para Maduro, o veto do Brasil aos BRICS reforça uma postura de hostilidade, que afeta o diálogo e a cooperação entre os dois países.
A Venezuela fez um comunicado sobre a situação, apontando o Brasil como injusto na situação e por supostamente fazer papel de vítima, atraindo olhares ruins para país vizinho.
“O Governo da República Bolivariana da Venezuela considera incompreensível o recente comunicado elaborado pelo Itamaraty, no qual tenta enganar a comunidade internacional, fazendo-se passar por vítimas numa situação em que claramente agiram como vitimizadores, o que tem surpreendeu a sociedade brasileira, venezuelana e latino-americana”.
Foto: Marcelo Garcia / Presidência da Venezuela / AFP