
A história de Luciane Henrique dos Santos é uma inspiração para milhares de mulheres que buscam trilhar seus próprios caminhos. Hoje, aos 39 anos de idade, ela conta como deu a volta por cima e superou inúmeras dificuldades para sobreviver.
Luciane e sua família viviam no Estado do Paraná quando sua mãe decidiu trabalhar na colheita de café, em São Paulo. Junto com a mãe e irmãos, Luciane chegou a morar na rua por dias. Se abrigaram embaixo do famoso Pontilhão do Metrô, uma ponte de aço conhecida na capital paulista. “A minha infância foi de muita escassez e abusos. Aos 15 anos, conheci um rapaz e saí de casa pra morar com ele no Mato Grosso, em carvoarias, em barracos de lona. Foi nesse período que tive meu primeiro filho, aos 17 anos de idade”, conta Luciane.
Mais tarde, Luciane se separou, voltou para São Paulo e casou novamente, já com 19 anos de idade. Seu casamento durou 8 anos, período em que ela teve dois filhos. Ela trabalhava na colheita de café e corte de cana.
Durante a gravidez de sua menina, Luciane teve pré-eclâmpsia – uma doença que resulta no aumento da pressão arterial durante a gestação. Sua filha foi prematura e, por complicações no parto, nasceu com retardo mental e Transtorno de Espectro Autista (TEA). Além de todas as dificuldades enfrentadas durante a gestação, Luciane também passou por um divórcio.
“Decidi seguir minha vida sozinha, mas com três filhos eu precisava voltar a trabalhar. Comecei a cortar cana novamente para sustentar eles e foquei somente no trabalho para que não faltasse nada. Depois, consegui um emprego em um restaurante. Estava na melhor fase da minha vida”, detalha.
Luciane se casou novamente, engravidou do seu caçula e continuava trabalhando. “Com o trabalho e a preocupação de não deixar faltar nada para eles, eu não observei o comportamento da minha filha. Achava normal ela ser calada, ela cair com muita facilidade. Eu era uma mãe ausente, com medo de faltar o pão”, explica.
Com todas as dificuldades, Luciane passou por períodos de depressão. Teve acompanhamento de psicólogos e psiquiatras, ao mesmo tempo que buscava ajuda para a sua filha. Diante de tantos desafios, ela decidiu ser uma inspiração para ela e sua menina. “Comecei a imaginar que, se eu mudasse a minha mentalidade e conseguisse mostrar pra ela que era possível viver sem a medicação e sem muitas vezes os tratamentos, ela se espelharia em mim e conseguiria ter uma condição de vida normal”, declara.
Foi assim que Luciane começou de novo. Ela fez acompanhamento com mentores de inteligência emocional e lutou para melhorar sua qualidade de vida. Sua filha conseguiu se desenvolver, estuda em uma escola regular, com outras crianças da sua idade. Agora, Luciane trabalha com lingeries e foca suas energias em passar adiante a sua história, dando mentorias de inteligência emocional e ensinando outras mulheres a empreender do zero.
Acesse a rede social, e conheça o trabalho de Santos: @luciane_rafael
Aline D’avila