Curitiba sediou, nesta quarta-feira (22), o Seminário Regional Sul sobre Inteligência Artificial, promovido pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados que analisa o Projeto de Lei 2338/2023. O evento, realizado no Palácio Iguaçu, reuniu autoridades, especialistas e educadores para discutir os caminhos e desafios da aplicação da inteligência artificial na educação pública brasileira. O seminário integrou a programação da Semana Estadual da Inovação, promovida pela Secretaria da Inovação e Inteligência Artificial do Paraná (SEIA).
A presidente da Comissão Especial, deputada federal Luísa Canziani (PSD-PR), destacou a importância do evento para aproximar o debate legislativo da realidade regional. Segundo a parlamentar, ouvir especialistas e educadores de diferentes partes do país é essencial para garantir que o futuro marco legal da inteligência artificial seja inclusivo, seguro e conectado com os desafios locais. “A educação é um dos setores mais impactados pela IA, e precisamos construir uma regulação que proteja os dados, preserve a autonomia docente e amplie oportunidades para os estudantes”, afirmou.
Com uma proposta dinâmica, o seminário foi estruturado em formato “talks”, com palestras curtas e objetivas ministradas por especialistas com experiência no uso de IA na rede pública de ensino. As apresentações abordaram desde soluções para personalização do aprendizado até ferramentas que auxiliam no acompanhamento pedagógico e na gestão escolar. Ao mesmo tempo, os debatedores reforçaram os riscos associados à adoção precipitada de tecnologias sem critérios éticos ou sem a devida preparação dos profissionais envolvidos.
O vice-governador do Paraná, Darci Piana, e o secretário estadual da Inovação e Inteligência Artificial, Alex Canziani, participaram da abertura do evento e reforçaram o papel do estado como protagonista na agenda da inovação educacional. O secretário destacou que o Paraná tem investido em iniciativas tecnológicas voltadas para a educação e ressaltou a importância de parcerias com universidades, startups e redes de ensino para promover soluções escaláveis e acessíveis. “A inteligência artificial deve ser uma ferramenta de inclusão, não de exclusão. É nosso dever garantir que ela chegue a todas as escolas, com qualidade e responsabilidade”, disse.
Durante os debates, educadores presentes compartilharam suas percepções sobre o uso de IA na prática pedagógica. Muitos reconhecem o potencial transformador da tecnologia, mas também apontam preocupações quanto à formação docente, infraestrutura das escolas e a centralidade do professor no processo de ensino-aprendizagem. “A IA pode ser uma aliada, mas nunca vai substituir o olhar humano do professor. Precisamos de políticas que valorizem ambos”, comentou uma professora da rede estadual.
O seminário em Curitiba foi o segundo de uma série de encontros regionais promovidos pela Comissão de Inteligência Artificial da Câmara. As contribuições recolhidas nesses encontros serão incorporadas ao parecer final do Projeto de Lei 2338/23, que busca estabelecer diretrizes e limites para o uso da IA em diversas áreas, com foco especial na educação, saúde e segurança pública. A iniciativa reforça o compromisso com uma legislação moderna, participativa e alinhada às necessidades reais da população.