A relação entre Brasil e Venezuela enfrenta um momento de desgaste após uma série de atitudes do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que criticou falas e comportamentos do governo brasileiro.
Nesta semana, Maduro convocou de volta o embaixador venezuelano em Brasília e chamou o encarregado de negócios do Brasil em Caracas para manifestar o descontentamento venezuelano com recentes declarações de Celso Amorim, assessor especial da Presidência do Brasil.
O principal motivo do atrito atual foi a recusa do Brasil em apoiar a entrada da Venezuela no grupo dos BRICS, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Segundo o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, a decisão de barrar a entrada do país foi baseada em critérios discutidos recentemente em Kazan, na Rússia.
Para o governo brasileiro, a participação da Venezuela no grupo não estaria alinhada com os objetivos e os interesses do bloco, especialmente em questões econômicas e diplomáticas que envolvem estabilidade política e integração regional.
As declarações de Vieira e Amorim aumentaram a irritação de Maduro, que havia depositado esperanças na expansão dos BRICS para fortalecer alianças econômicas alternativas. A medida é vista pelo governo venezuelano como um sinal de rejeição e como uma forma de distanciamento político por parte do Brasil.
A convocação de diplomatas e a troca de críticas refletem a crise nas relações entre os países e levantam questionamentos sobre o futuro da cooperação regional, especialmente em temas sensíveis como a crise humanitária e o comércio entre Brasil e Venezuela.
Foto: Marcelo Garcia/Presidência da Venezuela/AFP