A Vogue reuniu uma lista emblemática: dez álbuns em que artistas transformaram mágoas, traições e decepções pessoais em músicas tão sinceras quanto afiadamente bonitas. Esses registros mostram como a vingança, quando bem canalizada, pode ser uma forma de catarse criativa.
No topo dessa lista, Lily Allen aparece com West End Girl, supostamente inspirado pelo fim de seu casamento com David Harbour — um diário musical cru, gravado com urgência e honestidade. Já Rosalía, em Lux, mistura teatralidade com amargura, evocando arrependimento, desejo e ressentimento em produções grandiosas.
Beyoncé, com Lemonade, oferece talvez a vingança mais famosa da lista: um álbum visual que mapeia sua jornada desde a traição até a cura, unindo gêneros e emoções num abraço poderoso. Por outro lado, Fleetwood Mac, com Rumours, mostra que a vingança também pode nascer de relacionamentos quebrados dentro da própria banda — são músicas escritas sobre a infidelidade, ciúme e conflitos internos, enquanto todos ainda dividiam o estúdio.
A lista continua com Britney Spears, que lançou Blackout em meio a um período turbulento de sua vida pública, uma resposta furiosa à pressão da fama. Bob Dylan, com Blood on the Tracks, vem com um tom mais introspectivo: é pesar, culpa e arrependimento, resultado de um relacionamento destruído.
De geração em geração, Olivia Rodrigo surge com Sour, um álbum que encapsula a fúria e a vulnerabilidade da juventude; sua abordagem é direta, sincera e carregada de nostalgia. Já Marvin Gaye, em Here, My Dear, transforma seu divórcio em arte — a raiva e a dor inevitáveis se tornam composição, quase como uma autoanálise rendida à música.
Mais zen, Ariana Grande, com Eternal Sunshine, mostra outra face da vingança: não é sobre vingança explosiva, mas sobre renascimento e paz interior, um “eu cresci e segui em frente”. A raiva feminina crua e libertadora toma forma em Alanis Morissette, através de Jagged Little Pill: uma voz que confronta, questiona e ergue bandeiras com coragem.






