O presidente da Argentina, Javier Milei, sofreu mais uma derrota política nesta quarta‑feira (17), quando a Câmara dos Deputados rejeitou dois vetos seus: um que limitava o financiamento das universidades públicas e outro ligado à emergência pediátrica no sistema de saúde.
Na votação para derrubar o veto sobre o financiamento universitário, 174 deputados foram a favor, 67 contra, com 2 abstenções. A proposta inclui atualização automática de despesas operacionais, hospitais universitários e insumos pela inflação, além de reajuste salarial inicial e paridade com base inflacionária.
Quanto à emergência pediátrica, o veto foi rejeitado por 181 votos a favor da derrubada, 60 contra, e 1 abstenção. A lei prevê investimentos mais robustos no setor de saúde infantil, ajustes no salário médico, facilitação de compras de insumos e fortalecimento das residências médicas.
Essas derrotas refletem o momento de fragilidade política de Milei: estando em minoria tanto na Câmara quanto no Senado, ele tem enfrentado crescente resistência às suas políticas de austeridade. As leis rejeitadas agora seguem para o Senado, onde precisam de maioria qualificada (dois terços) para terem efeito.
Do lado de fora do Parlamento, protestos ganharam força. Estudantes, professores, funcionários públicos de saúde e educação saíram às ruas em Buenos Aires e em várias outras províncias para manifestar apoio às universidades e aos hospitais públicos afetados pelos vetos. Crédito político e visibilidade se acumulam para a oposição.
A nova derrota evidencia que Milei poderá ter dificuldades para aprovar seu pacote de austeridade e reformas liberais se continuar enfrentando essas resistências. Com eleições legislativas nacionais marcadas para outubro, o cenário se complica para sua base, que precisa consolidar apoio para reverter tendências contrárias no Congresso.