A insegurança e a violência causadas por moradores de rua no centro de Curitiba estão gerando uma onda de indignação entre comerciantes, clientes e turistas. Um abaixo-assinado organizado pela comunidade local destaca a urgência de medidas efetivas para combater a agressividade e os prejuízos financeiros causados por essa situação, que tem afastado clientes e ameaçado a viabilidade dos negócios na região da Boca Maldita e arredores
O Problema
De acordo com o documento, os moradores de rua têm se mostrado cada vez mais agressivos, principalmente ao pedir dinheiro, chegando a ameaçar e agredir idosos e outros cidadãos. Essa situação tem afastado clientes e turistas, impactando negativamente o comércio local. “Nossos estabelecimentos estão sofrendo com a constante presença dessas pessoas, que criam um ambiente de insegurança e resultam em prejuízos financeiros consideráveis”, afirmam os comerciantes no abaixo-assinado.
Além do medo constante de possíveis agressões, os comerciantes relatam que algumas lojas já foram forçadas a fechar devido ao clima de insegurança. A situação é agravada pelo fato de muitos moradores de rua não aderirem aos programas sociais oferecidos pela Fundação de Ação Social (FAS), uma vez que recebem alimentação e recursos diretamente nas ruas.
Ações Propostas
No documento, os comerciantes solicitam medidas urgentes e eficazes das autoridades competentes. Entre as principais demandas estão:
- Implementação de Centros de Apoio: Criação de locais específicos onde os moradores de rua possam receber alimentação, atendimento médico e apoio psicológico, fora das ruas.
- Encaminhamento para Tratamento: Programas de tratamento urgentes para dependentes químicos.
- Conscientização da População: Campanhas para que a população não dê esmolas diretamente aos moradores de rua, incentivando-os a buscar ajuda nos centros de apoio.
- Reforço na Segurança: Aumento do efetivo da guarda municipal e da Polícia Militar na região central.
- Resistência à Coação: Orientação e suporte aos comerciantes para resistirem à coação por parte dos moradores de rua.
Apelo às Autoridades
Os comerciantes esperam que o abaixo-assinado sensibilize a Prefeitura Municipal de Curitiba e outras autoridades competentes, resultando na implementação das medidas propostas para resolver essa grave situação. “Esperamos uma resposta e, principalmente, ações concretas que garantam a segurança, a ordem e a prosperidade de nossos negócios e da comunidade local”, concluem.
Resposta da Prefeitura
Em resposta às preocupações levantadas, a Prefeitura de Curitiba destacou a robusta Rede de Proteção Social da cidade, que inclui diversas ações para apoiar a população em situação de rua. Entre os pontos-chave estão:
- Programa Mesa Solidária: Lançado no fim de 2019, já distribuiu mais de 1,3 milhão de refeições e atende diariamente mais de 1.300 pessoas em unidades de acolhimento e hotéis sociais.
- Acolhimento e Suporte: A Fundação de Ação Social (FAS) mantém quatro hotéis sociais, uma república, 26 unidades de acolhimento e três Centros POPs, somando 1.589 vagas para pessoas em situação de rua.
- Consultório na Rua: Oferece atendimento médico e psicológico, com mais de 36,5 mil atendimentos realizados em dez anos. O projeto conta com equipes multidisciplinares para atender as necessidades de saúde da população em situação de rua.
- Qualificação Profissional: A FAS disponibiliza mensalmente cerca de 1.800 vagas para cursos de desenvolvimento pessoal e profissional, com uma média de 9.615 vagas exclusivas para pessoas em situação de rua desde 2017.
“Estamos comprometidos em oferecer uma rede de proteção social eficiente e integrada. Continuaremos trabalhando para melhorar a qualidade de vida das pessoas em situação de rua e garantir a segurança e o bem-estar de toda a população”, conclui Adriana Ribeiro, assessoria de comunicação Fundação de Ação Social – FAS da Prefeitura.
O desafio agora é equilibrar a segurança pública com um apoio efetivo e humano, criando um ambiente onde tanto a comunidade local quanto os visitantes possam prosperar em segurança. Isso exige uma abordagem integrada que não apenas aumente a presença de segurança nas áreas mais afetadas, mas também intensifique os esforços para oferecer suporte e soluções para a população em situação de rua.
A eficácia das medidas dependerá da implementação de estratégias que combinem a proteção contra a criminalidade com iniciativas de inclusão social, como a criação de centros de apoio robustos, programas de tratamento para dependentes químicos e campanhas de conscientização.
Contato
Para mais informações, Paula Fernanda de Pontes da Silva está à disposição através do telefone (41) 99656-0579 ou pelo e-mail [email protected].