O Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Paraná está intensificando sua capacidade de atuação em situações delicadas e emocionalmente instáveis. A corporação promoveu recentemente um Curso de Capacitação em Negociação de Crises, com enfoque em intervenções junto a pessoas com transtornos mentais ou em risco de cometer suicídio.
A formação, organizada pelo Grupo de Operações de Socorro Tático (GOST), reuniu bombeiros militares de diversas regiões do estado. A proposta vai além do combate a incêndios e salvamentos: ela prepara os participantes para atender ocorrências onde a estabilidade emocional do interlocutor é precária, exigindo preparo técnico e humanitário.
Durante o curso, os militares passaram por aulas teóricas e práticas, visitas técnicas e simulados. Houve situações variadas: ambientes energizados, altura (como torres), locais públicos como passarelas ou parques, sempre com vítimas desarmadas e em sofrimento psicológico.
Um dos objetivos centrais é garantir que a atuação seja feita de maneira segura para todos os envolvidos — a pessoa em crise, os agentes de segurança e eventuais terceiros. Isso significa usar técnicas que preservem a integridade física e emocional, com diálogo, paciência e empatia.
Além disso, há uma triagem psicológica prévia para os participantes, de modo que quem esteja apto emocionalmente se envolva diretamente nas negociações. Isso reforça a ideia de que, em situações de alta tensão, o preparo interno é tão importante quanto o equipamento ou a técnica.
Com iniciativas assim, o Paraná sinaliza um compromisso crescente com a saúde mental como parte integrante da segurança pública. A corporação assume que não basta reagir quando o problema surge: é necessário estar preparado para lidar com o inesperado — com pessoas que clamam por ajuda, que atravessam momentos de crise, muitas vezes invisíveis no dia a dia.