À essa altura da vida, nem a mais louca das paixões é capaz de nublar os meus olhos para não enxergar uma verdade. Na Baixada, pela Sul-Americana, o Athletico ganhou do sofrível Belgrano por 2 a 1, porque a arbitragem eletrônica e humana lhe foram generosas.
É que no lance do gol anulado de Bryan Reyna, e que seria o de empate dos argentinos, não houve falta em Thiago Heleno.
O erro salvou o Furacão e salvou Thiago Heleno, que já havia falhado no gol de Franco Jara, quando a bola tinha rolado apenas 30 segundos. Thiago Heleno dá rima: o velho capitão está se tornando um problema para o Furacão.
Talvez, seja uma das vítimas das ideias malucas do conceito que o treinador Martín Varini tem da ordem de jogo com três zagueiros. A ideia escancara o lado direito, como ocorreu em Bragança e no Beira-Rio.
Descompensado na defesa, corrigindo a ordem de meio com a individualidade de Fernandinho e João Cruz. Mas não seria suficiente, se não fosse a arbitragem e a excelência do jogo individual de Esquivel.
Atrás, Esquivel preencheu os buracos do esquema de Varini, e avançando pela esquerda, fez o seu pé esquerdo transformar-se na mão do fenomenal americano Stephen Curry, colocando-a na cabeça de Erick e de Christian para os gols da vitória do Furacão.
Aqui, faço parênteses para perguntar: o treinador Lionel Scaloni, da Seleção Argentina, já viu o que Esquivel anda jogando? Apesar de tudo, era para ser 3 a 1. Mas Canobbio perdeu o terceiro gol. Era para ser 2 a 2, mas o goleiro Léo Linck, com duas defesas improváveis, evitou o empate argentino.
Enfim, com a ajuda de tudo e de todos, o Athletico ganhou. E, à essa altura da vida, nem a mais louca das paixões é capaz de nublar os meus olhos para não enxergar uma verdade: a vitória do Athletico.
Dirão que 2 a 1 aperta o Furacão para a volta na Argentina. Bobagem. Até Córdoba, há muitas madrugadas a serem dormidas para sonhar. O pesadelo fica com “Los Piratas Leales”. Peço licença a Fernandinho para escolher Esquivel como o melhor do jogo.