A Meta, empresa liderada por Mark Zuckerberg, está ampliando seu investimento no mundo dos wearables de luxo — aquelas peças que vão além de acessório de moda para se tornarem tecnologia vestível. Recentemente, ela adquiriu cerca de 3% da EssilorLuxottica, dona da Ray‑Ban e da Oakley, com aporte estimado em € 3 bilhões (aproximadamente US$ 3,5 bi). Esse movimento reforça sua estratégia de longo prazo: liderar o mercado de óculos inteligentes, combinando estilo clássico com funcionalidades de alta tecnologia.
Já existem frutos práticos dessa parceria. A Ray‑Ban Meta, linha que mistura o estilo icônico da marca com recursos tecnológicos como câmera, conectividade, assistente por voz e até capacidade de interagir com IA, já circula no mercado. Agora, a Oakley entra em cena com o modelo Oakley Meta HSTN, voltado especialmente para praticantes de esportes e amantes de performance física. O modelo trará câmera de alta resolução, alto‑falantes abertos, resistência à água e acesso aos recursos da Meta AI.
Além disso, há expectativa de que versões desses óculos inteligentes sejam disponibilizadas em diferentes mercados: América do Norte, Austrália, Europa e, possivelmente, em países da Ásia e Oriente Médio. A ideia é que a tecnologia não fique restrita aos consumidores de primeira linha, embora os preços ainda sejam elevados.
Outro ponto relevante é que a Meta já manifestou interesse em expandir sua participação na EssilorLuxottica de 3% para até 5%. Isso mostra que essa aliança vai muito além de simples produtos lançados: há comprometimento estratégico, com apostas em inovação, captação de dados ambientais do mercado de óculos inteligentes e captura de tendências de moda e tecnologia combinadas.
No campo estético, marcas como Ray‑Ban e Oakley trazem legados distintos: Ray‑Ban é sinônimo de clássicos como Wayfarer, Aviator, Round; Oakley é fortemente relacionada a performance, esportes, resistência, inovação de lentes. Unir esses universos com funcionalidades como assistente de IA, integração com apps de saúde ou esportes, e design leve, pode dessarcinar expectativas: óculos não são mais apenas para ver ou proteger dos raios do sol — tornaram‑se dispositivos multifuncionais.
Para o consumidor, especialmente no Brasil, isso traz perguntas práticas: qual será o preço real com taxas de importação? A assistência técnica será eficiente? As versões com IA funcionarão bem em português ou com redes móveis locais? Essas são variáveis que podem definir se esses smart‑glasses vão se tornar objetos de desejo ou itens de nicho. De qualquer forma, estamos diante de um momento de virada: a moda, a tecnologia e a identidade visual pessoal se fundem como nunca.