O presidente da Argentina, Javier Milei, demitiu a ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino, após o voto do país na ONU favorável à retirada do embargo dos Estados Unidos contra Cuba.
A resolução, apoiada por 187 países, exige o fim do bloqueio econômico americano, mantendo apenas Estados Unidos e Israel em defesa do embargo. Milei, que assumiu a presidência em dezembro de 2023, criticou a decisão da chanceler, considerando que ela não refletia sua política externa alinhada aos valores do livre mercado e de oposição ao socialismo.
Milei, conhecido por suas declarações antissocialistas, havia reforçado a proximidade diplomática com os Estados Unidos, buscando construir laços mais fortes em áreas como economia e segurança.
Desde o início do mandato, ele defende uma política de afastamento de nações governadas pela esquerda e vê os EUA como principal aliado. A postura de Mondino, portanto, teria sido vista como incompatível com a linha de governo adotada por Milei, que deseja afastar a Argentina das relações com países considerados “inimigos ideológicos”.
A demissão da chanceler gera repercussões no cenário internacional e interno, com análises sobre o futuro das relações diplomáticas da Argentina sob a liderança de Milei em contexto geopolítico.
Em meio a uma política externa que prioriza os interesses norte-americanos, a Argentina enfrenta agora desafios para equilibrar suas relações multilaterais, especialmente com países latino-americanos e europeus, que defendem o fim do embargo a Cuba.
Foto: Oscar Del Pozo/ AFP