Em um novo movimento de aproximação com o segmento evangélico, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou, nesta terça-feira (15), a lei que institui o dia 9 de junho como o “Dia da Música Gospel”.
A cerimônia, realizada de forma restrita no Palácio do Planalto, contou com a participação de diversas autoridades, incluindo o deputado Otoni de Paula (MDB-RJ), ex-integrante da base de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e representante da bancada evangélica, que discursou durante o evento.
A criação de uma data oficial para a música gospel é vista como um gesto simbólico de Lula em direção ao eleitorado evangélico, que tradicionalmente tem se mostrado mais alinhado com pautas conservadoras e foi uma base importante de apoio para Bolsonaro nas eleições anteriores. Ao sancionar a lei, o presidente busca abrir canais de diálogo com esse grupo, reconhecendo sua relevância cultural e religiosa no Brasil.
No entanto, essa aproximação impõe desafios políticos ao presidente, que precisa equilibrar seu relacionamento com os evangélicos sem alienar sua base de apoio tradicional, composta por setores mais progressistas e de esquerda, que frequentemente se opõem a pautas conservadoras defendidas por parte do eleitorado evangélico.
A sanção da lei pode ser vista como uma tentativa de estabelecer uma agenda mais inclusiva, sem se comprometer com questões polêmicas que poderiam gerar divisões internas em sua base política.
Essa estratégia de Lula reflete a complexidade de governar um país tão diverso quanto o Brasil, onde diferentes segmentos sociais e religiosos têm interesses divergentes. A aproximação com os evangélicos, representada por esse ato, pode ajudar o governo a reduzir tensões com um grupo significativo do eleitorado e criar um ambiente de maior diálogo e cooperação, sem renunciar a suas convicções progressistas em outras áreas.