O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que a prisão domiciliar imposta a Jair Bolsonaro representa uma “humilhação” para o ex-chefe do Executivo e para o partido. A declaração foi feita em meio a um ambiente de tensão política e de incertezas sobre o futuro do bolsonarismo diante das investigações em andamento no Supremo Tribunal Federal.
Para Valdemar, a decisão judicial ultrapassa os limites razoáveis e tem provocado desgaste emocional e político dentro do núcleo familiar de Bolsonaro. Segundo ele, a situação não apenas afeta o ex-presidente, mas também cria instabilidade entre seus filhos e aliados, que se mostram divididos entre preocupações pessoais e estratégicas.
Ainda assim, o dirigente do PL procura minimizar possíveis ruídos internos. Ele defende que eventuais divergências são fruto da pressão natural do momento, e não de conflitos irreversíveis. Nesse sentido, insiste na ideia de que o partido precisa se manter unido para atravessar a crise.
Valdemar também reforçou a importância de Bolsonaro no cenário eleitoral de 2026. Mesmo sem uma definição clara sobre qual será o papel do ex-presidente no próximo pleito, o líder do PL garante que a decisão caberá exclusivamente a ele. O partido, afirma, está preparado para seguir o rumo que Bolsonaro considerar mais adequado.
Apesar das acusações que pesam contra o ex-presidente e das medidas restritivas determinadas pelo STF, Valdemar procura projetar confiança. Ele acredita que a popularidade de Bolsonaro junto à base de apoiadores permanece sólida e que esse capital político pode ser determinante para manter a relevância do PL nas disputas futuras.
No balanço final, a fala de Valdemar evidencia uma estratégia dupla: de um lado, criticar o Judiciário e reforçar a narrativa de que Bolsonaro estaria sendo alvo de excessos; de outro, preservar a coesão partidária e manter viva a expectativa de que o ex-presidente voltará a exercer protagonismo no tabuleiro político nacional.