Na manhã da última segunda-feira, o governador Carlos Massa Ratinho Junior, em coletiva no Palácio Iguaçu, anunciou que os moradores de Rio Bonito do Iguaçu, município do Centro‐Sul do Paraná severamente atingido por um tornado, passarão a pagar apenas R$ 1 pelas contas de água pelos próximos três meses.
Essa medida – de caráter simbólico e emergencial – atende ao fato de que a legislação exige algum valor mínimo pelo serviço, segundo o governador.
Além da significativa redução, a Sanepar irá também suspender cortes de abastecimento por inadimplência durante esse período, disponibilizar caminhões hidrojato para limpeza das vias e distribuir copos de água potável para moradores e equipes de atendimento.
O município de Rio Bonito do Iguaçu enfrentou um desastre de grandes proporções: ventos de até 250 km/h destruíram cerca de 90% das residências e prédios comerciais da região.
Nesse contexto, a normalização do sistema de abastecimento já foi iniciada. Desde sábado, equipes da Sanepar estão trabalhando para reparar hidrômetros, ramais e tubulações danificadas pelos escombros.
O pacote de apoio revela uma abordagem não só técnica, mas profundamente humana: conforme destacou o presidente da Sanepar, Wilson Bley Lipski, “a redução da tarifa … representam mais do que medidas operacionais: são um gesto de solidariedade e respeito às famílias que estão reconstruindo suas vidas”.
Para os moradores, esse alívio financeiro chega em hora crucial. A conta de água muitas vezes pesa no orçamento doméstico — e em meio à reconstrução da cidade, cada economia importa. A suspensão de cortes por inadimplência evita ainda que famílias vulneráveis fiquem sem acesso a algo tão essencial como o abastecimento.
É importante, porém, que a comunidade e os gestores estejam atentos à fase seguinte: passar do símbolo para a estabilidade, garantindo que o abastecimento e a infraestrutura voltem à normalidade plena. A Sanepar já iniciou esses trabalhos, mas o desafio será manter o serviço de forma sustentável e resiliente frente aos impactos da tragédia.
A iniciativa do governo e da Sanepar reforça a ideia de que políticas públicas emergenciais — quando bem articuladas — podem aliviar não apenas o bolso, mas também o ânimo coletivo. Em situações como a vivida por Rio Bonito do Iguaçu, o suporte vai além da infraestrutura: trata-se de reforçar a esperança, restaurar o cotidiano e recuperar a dignidade das famílias atingidas.
Cabe à comunidade acompanhar as ações, cobrar transparência e participar ativamente desse processo de reconstrução. Afinal, a cidade está se reerguendo — e cada cidadão, cada iniciativa, cada benefício simbólico ou concreto, conta para que o retorno à normalidade venha com segurança, cuidado e sentido humano.






