Roberta Castro é natural de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro e aos 30 anos decidiu começar a
estudar psicologia. Como muitas mulheres que decidem iniciar uma trajetória acadêmica em
uma fase madura de suas vidas, ela também ouviu muitos conselhos desmotivadores lhe
questionando sua idade, a profissão que escolheu e o tempo que passaria estudando para
conquistar seu sonho.
“Não pude fazer faculdade antes, pois sempre priorizei o trabalho, acredito ser a realidade
de muitos! Comecei a trabalhar tinha 14 anos, e não parei mais”. Apesar de tudo ela seguiu
em frente.
O maior desafio desse momento de sua vida foi conciliar estudos e a maternidade. Quando
iniciou a faculdade seu filho tinha cinco anos, e Roberta precisou se esforçar para se fazer
presente como mãe e ao mesmo tempo estudar.
“Eu sabia o quanto seria cansativo conciliar tudo, mas não queria abrir mão de acompanhar
meu filho. Aquele sentimento de mãe, que muitas vezes se cobra. Que acredita que precisa
dar conta de tudo! Não vou romantizar, tinha dias que era exaustivo”. O maior apoiador
nesse momento foi seu marido, que assumiu toda a responsabilidade financeira para que
Roberta fizesse o curso. “Gratidão por todo companheirismo dele”, declara ela. Outro
homem importante em sua história é o seu irmão que lhe incentivou a dar o primeiro passo.
Hoje a psicóloga atua na área clínica, atendendo de forma presencial e on-line, com
especialidade em Terapia Cognitivo Comportamental, e Psicologia Hospitalar, tendo maior
demanda com adultos e adolescentes.
Gosto muito do que faço, tenho responsabilidade e comprometimento com cada caso que assumo” afirma a profissional.
O início da sua carreira profissional também não foi fácil, Roberta Castro teve que lidar com
o impasse da falta de clientes e a necessidade de buscar mais conhecimento por meio de
novos cursos. “Eu iniciei os atendimentos assim que me formei, mas era muito difícil. Não
tinha muitos clientes, e era preciso fazer alguns cursos para agregar conhecimento, que não
são baratos”, conta ela.
Uma das fases de grande dificuldade que viveu foi quando atendia por meio de planos de
saúde. Roberta revela que foi muito exaustivo. Segundo ela, o número de atendimentos é
grande em um curto tempo, além do retorno financeiro ser injusto. “Me lembro de olhar os
colegas de profissão trabalhando e a expressão de cansaço, o café era rotina frequente no
ambiente.
Em uma conversa com uma psiquiatra que conheci através da psicologia,
inclusive tive muita troca com ela, uma excelente profissional, eu verbaliza as dificuldades de entrar no mercado de trabalho, e ela sempre dizia: ‘você não vai ficar no plano de saúde por muito tempo, pois você é boa!’. Como toda relação, nós sempre aprendemos um com o outro. Tivemos muitas experiências compartilhadas, grata por conhecê-la”, lembra Castro.
Hoje a história de Roberta é um exemplo para as mulheres que sonham em dar saltos
maiores em suas vidas. Apesar dos grandes desafios que a vida lhe impôs, ela se declara
realizada por não ter desistido. “Com todos os desafios que precisei enfrentar para tirar
esse sonho da gaveta (a faculdade) valeu a pena! Gosto muito do que faço. Durante a
caminhada eu tive vontade de desistir, não por dúvida do curso, e sim pelo cansaço. Que
bom que fui até o fim, hoje tenho tanto orgulho de mim!”.
Seu amor pela psicologia é tão grande que ela escreveu uma poesia com a sua visão sobre
as responsabilidades, delícias e desafios da profissão. A seguir, o texto de Roberta Castro.
Sobre ser psicóloga:
É respeitar aqueles que confessam suas vulnerabilidades, e confiam a ti sua alma, suas
dores e escuridão;
É saber que não há mudanças se o outro não quiser, e mesmo quando quer, o trabalho é
estruturado e acordado por ambos;
É uma imensa responsabilidade, pois a minha fala precisa ser pontuada com ética, empatia
e respeito;
É saber que meu conhecimento teórico precisa ser empregado com um atendimento
humanizado, pois muitas das vezes atravessamos o túnel escuro junto a eles, até que
aprendam a lidar com aquilo que julgam não serem capazes;
É prestar atenção ao silêncio, que muitas das vezes, traduz aquele ruído interno… O brilho
no olhar devido ao choro contido;
É proporcionar a oportunidade para novas aprendizagens, por meio de exposição a
situações, ideias, sentimentos ou comportamentos que provocam ansiedade, fazendo com
que o paciente supere seus medos e evitações;
Contudo, gratidão por cada um que deixa um pouco de si, e vai embora levando toda essa
troca que construímos!
Psicóloga Roberta Castro
Siga castro em sua rede social e agende um horário, @pirobertacastro