No centro de Curitiba, o município dá um passo decisivo para reverter décadas de descuido e perda de dinamismo em seu núcleo histórico. Através do pacote de R$ 163 milhões anunciado pela prefeitura, a região central — incluindo o Centro Histórico, parte de São Francisco e entorno da Rodoferroviária — será alvo de um programa robusto para revitalização, reconstrução, moradia e comércio.
Entre as medidas principais estão: redução ou até isenção completa de impostos como IPTU, ISS e ITBI para empreendimentos de retrofit ou restauração; remissão de débitos; e subvenções para obras — a prefeitura financiará até 50% dos investimentos em determinados projetos.
A ação vai além do estímulo fiscal: ela busca reavivar o uso misto da área — moradia, comércio, cultura — e a retomada da presença humana no centro. O programa prevê estímulos à habitação popular, apoio à iniciativa privada, flexibilização de parâmetros urbanísticos e proteção ao patrimônio histórico.
No plano social, as consequências podem ser importantes: alugar ou morar no centro poderá se tornar viável novamente, com edifícios reformados, comércio vivo e ambiente urbano mais acolhedor. E para os moradores atuais, essa transformação abre portas para novas oportunidades — empregos, serviços próximos, revitalização de bens culturais.
Claro, há desafios: garantir que os incentivos sejam bem geridos, que as reformas não provoquem especulação excessiva ou abandono dos moradores tradicionais, e que a infraestrutura urbana acompanhe o ritmo das intervenções. O programa declara atuação até 2032 ou mesmo 2050 para metas mais amplas.
A revitalização do centro de Curitiba representa um reencontro entre cidade, história e vida urbana. Se a parceria público-privada desempenhar seu papel, o resultado poderá ser uma cidade mais vibrante, inclusiva e conectada com seu patrimônio — trazendo de volta ao coração de Curitiba a energia e o movimento que há muito esperavam voltar.






