“O Agente Secreto”, do cineasta Kleber Mendonça Filho, ganhou luz internacional: a revista americana The Hollywood Reporter o aponta como candidato potencial para cinco indicações no Oscar 2026. Wagner Moura, protagonista, estaria na disputa por Melhor Ator; o filme também aparece bem posicionado para Melhor Direção, Melhor Roteiro Original, Melhor Filme Internacional e Melhor Filme.
Além disso, há menção à atriz Tânia Maria, de 78 anos, como possível indicada à categoria de Melhor Atriz Coadjuvante — embora a revista considere sua chance mais baixa em comparação às demais. Essa disparidade entre “forte aposta” e “chance baixa” mostra bem o quanto as especulações do Oscar misturam reconhecimento real com análises que ainda dependem de aclamação crítica, visibilidade e estratégia de campanha.
Importante lembrar que “O Agente Secreto” já foi oficialmente escolhido para representar o Brasil na categoria de Melhor Filme Internacional. Também coleciona prêmios, tendo passado por Cannes com destaque, o que fortalece sua imagem entre críticos e potenciais votantes.
O lançamento nos cinemas brasileiros está marcado para 6 de novembro, o que será um teste importante para ver a recepção do público nacional — não apenas crítica ou imprensa especializada. A partir daí, a campanha rumo ao Oscar poderá ganhar força dependendo de festivais, exibições estratégicas e repercussão midiática.
Essa situação reforça algo que sempre aparece nessas corridas: um filme pode ter qualidade incontestável, mas para “chegar lá” no Oscar é preciso visibilidade internacional, distribuição eficiente, ressonância com jurados e uma narrativa de campanha bem construída. “O Agente Secreto” parece ter alguns desses ingredientes já alinhados — resta ver se permanecerão sólidos até a entrega dos prêmios.
Para o Brasil, situações como esta são duplas vitórias: premiadas as obras que carregam identidade própria, testemunhos culturais, visão autoral. Se vierem indicações ou conquistas, será também um reflexo de projeção internacional, do amadurecimento de nossa produção cinematográfica e do quanto histórias brasileiras ressoam além de nossas fronteiras.