O Governo Brasileiro, através do Ministério da Saúde irá aumentar o investimento na área de transplantes de órgãos e medula óssea. O novo investimento será implantado progressivamente, começando por 40% até atingir 80% dos valores dos procedimentos de transplante. O valor em números reais, pode ultrapassar os 56 milhões de reais. De acordo com o Ministério da Saúde, o novo investimento foi proposto devido ao aumento da população brasileira e da demanda de transplantes.
De acordo com o Ministério da Saúde, hoje o Brasil é o 2° país do mundo com maior número de transplantes realizados, atrás apenas dos Estados Unidos. Em 2021 (atualização mais recente) foram realizados 23.516 transplantes de órgãos e medula óssea em todo o país, sendo o transplante de córnea o procedimento mais frequente com 12.865, seguido de rim com 4.832 e fígado com 2.056 órgãos transplantados. A lista de espera para o transplante de órgãos no Brasil chega a cerca de 54.964 pessoas.

Lista de espera por transplante de órgãos no Brasil
Recentemente, surgiram vários questionamentos na mídia em relação ao funcionamento das listas de espera por transplantes, devido ao caso do apresentador Fausto Silva. A gestão e regulamentação de procedimentos de transplantes de órgãos e de medulas no país é feita pela Coordenação-Geral do Sistema Nacional de Transplantes (CGSNT), através do Sistema Nacional de Transplantes (SNT).
A lista para transplante é única e inclui pacientes do SUS e da Rede Privada e a classificação “funciona baseada em critérios técnicos, em que a tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, compatibilidade genética e critérios de gravidade distintos para cada órgão determinam a ordem de pacientes a serem transplantados”. Em caso de critérios semelhantes, a classificação é priorizada por data de cadastro. Tem prioridade aqueles pacientes em estado crítico, devido a sua condição clínica.
Quem pode doar órgãos e medula óssea?
O primeiro passo para se tornar doador de órgãos é comunicar a família de sua vontade, para que seja autorizado o transplante depois de sua morte. Não há necessidade de nenhum documento comprobatório, por isso é essencial comunicar os familiares. O próximo passo é uma entrevista com os familiares para conseguir o histórico médico e doenças pré existentes, depois disso o transplante é liberado, desde que tudo esteja dentro dos critérios médicos.
Para doação de medula óssea é necessário ter entre 18 e 35 anos de idade (Portaria nº 685, de 16 de junho de 2021), estar em bom estado de saúde, não ter doença infecciosa transmissível pelo sangue (como infecção pelo HIV ou hepatite), não apresentar história de doença neoplásica (câncer), hematológica ou autoimune (como lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide). O cadastro para a doação de medula óssea deve ser feito através Registro de Doadores Voluntários de Medula Óssea.
Ana Flávia Aranna