O dólar comercial registrou alta de 0,92% nesta terça-feira (29), fechando em R$ 5,7610, o maior nível desde março de 2021. A valorização da moeda norte-americana ocorre em um cenário de expectativa por cortes de gastos do governo, que poderiam trazer alívio para o mercado e conter o aumento do câmbio.
A valorização do dólar reflete a incerteza em relação ao planejamento fiscal, especialmente depois das recentes declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que ainda não há uma data definida para o anúncio das novas medidas de contenção de despesas.
Ao mesmo tempo, o principal índice de ações da bolsa brasileira, o Ibovespa, também sentiu o impacto da cautela no mercado e encerrou o dia com uma leve queda de 0,37%, fechando aos 130.730 pontos.
Essa queda reflete o receio dos investidores quanto à ausência de um plano fiscal concreto, que é visto como essencial para a estabilidade econômica e para a recuperação da confiança no mercado. O atraso no anúncio das medidas de corte de gastos tem gerado desconforto entre os investidores, que veem no dólar uma alternativa de proteção diante da incerteza econômica.
A pressão sobre o câmbio ocorre também em um momento em que outros fatores globais influenciam o cenário econômico brasileiro. A política monetária dos Estados Unidos, por exemplo, tem impacto direto na valorização do dólar em relação ao real.
Esse ambiente internacional mais restritivo, aliado à incerteza doméstica, cria um cenário de valorização do dólar e queda do mercado acionário, destacando a urgência do governo em apresentar um plano de contenção fiscal para acalmar os mercados.
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