Moda como arte viva: o Met inaugura a exposição “Costume Art” no Costume Institute
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Uma nova era para o vestido: a mostra associa roupas históricas e contemporâneas a obras de arte para reafirmar a moda como expressão estética
No meu olhar apaixonado por moda, a mais recente notícia do Costume Institute do Met me enche de entusiasmo. A exposição “Costume Art”, que estreará em maio de 2026, representa um momento simbólico muito poderoso: conectar peças de vestuário — tanto clássicas quanto modernas — a obras de arte de diferentes épocas. A ideia de Andrew Bolton, curador responsável, é simples e profunda: mostrar que o “corpo vestido” é central para a experiência estética e cultural.
O que mais me toca nessa mostra é a proposição de equivalência entre moda e outras formas de arte. Obras como pinturas, esculturas e objetos museológicos serão colocadas lado a lado com roupas do Costume Institute para evidenciar como o corpo, quando vestido, dialoga com a arte visual ao longo de mais de 5 mil anos. Além disso, a exposição será organizada segundo tipos de corpo — como o nu, o corpo grávido, o corpo envelhecido —, o que traz uma leitura antropológica, simbólica e política do que a moda representa para cada forma de existência.
Para mim, “Costume Art” é mais do que uma janela para o passado ou uma celebração de grandes designers: é uma afirmação de que a moda é linguagem, organismo, narrativa. Ao inaugurar as novas Condé Nast Galleries com esse tema, o Met envia uma mensagem clara: vestir-se é um gesto artístico tão legítimo quanto pintar ou esculpir. E, como leitora e criadora de conteúdo de moda, sinto que essa exposição reforça algo que sempre defendo: a moda não apenas veste corpos, mas conta histórias — de identidade, cultura e tempo.






