O brilho delicado da seda paranaense vai cruzar o oceano. Duas produtoras do interior do Estado, Diovane Plep Machado Moro, de Palmital, e Maria Rosa Pires de Souza, de Godoy Moreira, foram as grandes vencedoras de um concurso que reconhece a excelência e o cuidado no cultivo de amoreiras e na criação dos bichos-da-seda. Como prêmio, elas embarcam para Lyon, na França, onde participarão do Festival Internacional da Seda, um dos eventos mais prestigiados do setor.
A seleção fez parte do programa Seda Paraná, que busca incentivar a produção e dar visibilidade ao papel das mulheres na cadeia produtiva. A Primeira Dama Luciana Saito, madrinha e idealizadora do concurso festejou junto aos demais idealizadores e autoridades o trabalho das mulheres paranaenses. Mais de 400 agricultoras se inscreveram, representando cerca de 80 municípios. Entre critérios técnicos e avaliação de qualidade, as finalistas foram escolhidas pelo alto padrão dos casulos e pelo rendimento na produção.
Para Diovane, que aprendeu a criar bichos-da-seda com o pai há mais de uma década, a conquista representa um sonho que parecia distante. Já Maria Rosa define o momento como uma das maiores emoções de sua vida, ressaltando a importância do reconhecimento para todas as mulheres que vivem da agricultura.
O Paraná é, hoje, o maior produtor de fio de seda do Brasil, responsável por aproximadamente 86% da produção nacional. Em 2024, a atividade movimentou mais de R$ 44 milhões em Valor Bruto da Produção, resultado de um trabalho que une tradição, técnica e inovação.
A presença das vencedoras em Lyon será também uma vitrine para o Estado. O festival reúne especialistas, compradores e designers de todo o mundo, abrindo portas para novas parcerias e mercados. A expectativa é que a participação fortaleça a imagem da seda paranaense como um produto de alta qualidade e produzido de forma sustentável.
Mais do que um prêmio, a viagem simboliza a valorização de uma atividade que preserva saberes antigos, gera renda no campo e mantém viva uma tradição que conecta o Paraná ao cenário têxtil internacional. E, acima de tudo, destaca a força e a dedicação das mulheres que transformam pequenos casulos em grandes histórias.