Curitiba amanheceu diferente nesta quarta-feira (20). Ruas do Centro Histórico foram tomadas por famílias, estudantes, professores e apoiadores da inclusão, que caminharam da Praça Tiradentes até a Assembleia Legislativa em defesa das escolas especializadas do Paraná.
A mobilização reuniu milhares de pessoas e teve como objetivo chamar atenção para a relevância dessas instituições, que atendem diariamente mais de 40 mil alunos com deficiência em todo o estado. Para os participantes, o momento é de união para garantir que o direito à educação inclusiva não sofra retrocessos.
O ato coincidiu com uma audiência pública sobre os 10 anos do Estatuto da Pessoa com Deficiência e também com os debates em torno da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 7796), em análise no Supremo Tribunal Federal. Caso seja aceita, a ação pode colocar em risco leis estaduais que sustentam o funcionamento das escolas especializadas no Paraná.
Autoridades estaduais estiveram presentes para reforçar apoio às instituições. O secretário de Desenvolvimento Social e Família, Rogério Carboni, destacou que o governo mantém investimentos de centenas de milhões de reais por ano para garantir estrutura, recursos e atendimento adequado nas 343 unidades especializadas espalhadas pelo estado.
As entidades que representam a rede, como a Federação das APAEs e a Febiex, também participaram ativamente do encontro. Para seus representantes, as escolas são mais do que espaços de aprendizado: são centros de acolhimento, de convivência e de desenvolvimento social, fundamentais para a dignidade e a autonomia das pessoas com deficiência.
Mais do que uma manifestação, a caminhada foi um gesto coletivo de esperança e resistência. Em meio às incertezas jurídicas, ficou evidente que a sociedade paranaense não abre mão da inclusão como valor essencial. As vozes que ecoaram pelas ruas de Curitiba deixaram uma mensagem clara: educação especializada é direito, e precisa ser preservada.